"As obras de Suas mãos são verdade e justiça; Imutáveis os Seus preceitos; Irrevogáveis pelos séculos eternos; Instituídos com justiça e eqüidade." - Salmo 110, 7-8

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Se faltar a fé na Ressurreição, tudo desmorona

Por: Pe. Guillermo Juan Morado


       A fé pascal tem sua origem na ação da graça divina nos corações dos crentes, e na experiência direta da realidade de Jesus Ressuscitado (cf. Catecismo 644). É o Senhor Quem se acerca aos discípulos que se dirigiam a Emaús, Se põe a caminhar com eles e, finalmente, desperta sua fé (cf. Lc 24, 13-35).

       Não havia bastado ver Jesus morrer para crer Nele como Messias e Filho de Deus. É verdade que Se havia mostrado como "um profeta poderoso em obras e palavras ante Deus e ante todo o povo", mas essa esperança parecia permanecer definitivamente defraudada pela morte. "Quantos, no decurso da história, consagraram sua vida a uma causa justa e morreram! E permaneceram mortos", comenta Bento XVI.

       A Ressurreição é a prova segura que demonstra a identidade e a missão de Jesus. Sim, Ele é o Filho de Deus, vencedor da morte. Ele é o Salvador do mundo, que pode dar-nos a Vida verdadeira. É esta certeza que move o testemunho da Igreja desde suas origens: "matastes o Autor da Vida, mas Deus O ressuscitou dentre os mortos e nós somos testemunhas", proclama São Pedro (cf. At 3, 15).

       O Senhor escuta aos caminhantes de Emaús que, decepcionados, não crêem nos rumores que falavam que Cristo estava vivo, pois Seu sepulcro havia sido encontrado vazio. Com grande paciência, o Senhor "lhes explicou o que se referia à Ele em toda a Escritura". A Ressurreição é o cumprimento das promessas do Antigo Testamento, a realização dessas predições.

       Mas será no gesto de partir o pão o que abre os olhos desses discípulos para assim reconhecer à Jesus. Santo Agostinho comenta que "quando se participa de Seu Corpo desaparece o obstáculo que opõe o inimigo para que não se possa conhecer a Jesus Cristo". A Eucaristia é a verdadeira escola que nos permite adentrar-nos no conhecimento do Ressuscitado, na comunhão com Ele.

       O encontro com o Senhor transforma completamente aqueles discípulos: "levantaram-se na mesma hora, voltaram a Jerusalém, onde encontraram reunidos os Onze com seus companheiros". A fé no Ressuscitado os empurra para a Igreja e os leva ao testemunho. Como afirma o Papa: "De fato, se faltar na Igreja a fé na Ressurreição, tudo pára, tudo desmorona. Ao contrário, a adesão do coração e da mente a Cristo morto e ressuscitado muda a vida e ilumina toda a existência das pessoas e dos povos".

       Nós, a diferença dos caminhantes de Emaús, não vimos Jesus Ressuscitado. Nossa fé se fundamenta no testemunho de quem O viu. Mas, igualmente aos de Emaús, podemos encontrarmo-nos cada domingo, inclusive cada dia, com o Senhor. Ele vem também à nosso encontro, acende nosso coração com o fogo de Sua Palavra e parte para nós o Pão da Eucaristia.

       O Senhor nos diz que "quem come deste Pão viverá para sempre" (Jo 6, 51). Cristo nos alimenta unindo-nos a Ele, fazendo-nos partícipes, já aqui na terra, de Sua Vida Gloriosa. Cada vez que se celebra a Santa Missa, dizia Santo Inácio de Antioquia, "partimos um mesmo Pão [...] que é remédio de imortalidade, antídoto para não morrer, mas para viver em Jesus Cristo para sempre".

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