"As obras de Suas mãos são verdade e justiça; Imutáveis os Seus preceitos; Irrevogáveis pelos séculos eternos; Instituídos com justiça e eqüidade." - Salmo 110, 7-8

domingo, 12 de junho de 2011

A efusão do Espírito Santo

Homilia para a solenidade de Pentecostes - Pe. Guillermo Juan Morado

"Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós", disse o Senhor aos discípulos. E acrescenta: "Recebei o Espírito Santo" (cf. São João 20, 21-22). O Senhor vivo, crucificado e ressuscitado, faz-se presente aos seus para comunicar-lhes o Espírito Santo, que os capacita para a missão; uma missão que continua a missão de Cristo e que tem sua origem no Pai.

Como ensina o Catecismo: "No dia de Pentecostes (no termo das sete semanas pascais), a Páscoa de Cristo completou-se com a efusão do Espírito Santo que Se manifestou, Se deu e Se comunicou como Pessoa divina: da sua plenitude, Cristo Senhor derrama em profusão o Espírito" (n. 731).

Deste modo, a Igreja se manifestou publicamente ante a multidão e se iniciou a difusão do Evangelho entre os povos através da pregação, falando das "maravilhas de Deus" (cf. Atos dos Apóstolos 2, 1-11). Para realizar sua missão, o Espírito Santo constrói a Igreja e a dirige com diversos dons hierárquicos e carismáticos: "Há diversidade de dons, mas um só Espírito; os mistérios são diversos, mas um só é o Senhor; há também diversas operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos" (I Coríntios 12, 4-6).

Ou seja, a Igreja não é uma construção humana, mas divina. Não somos nós que fazemos a Igreja; é Deus que a edifica. Se nos deixamos moldar pela graça, seremos colaboradores de Deus; membros do Corpo místico de Cristo e pedras vivas do Templo do Espírito Santo que é a Igreja. Só Deus pode abrir aos homens o acesso à Ele; só Deus pode inserir-nos em Sua comunhão de amor, na intimidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo. A Igreja é sacramento, sinal e instrumento, do que Deus se serve para realizar este projeto de fazer de cada um de nós, familiares e amigos seus.
Em uma alocução, o Papa Bento XVI explica a finalidade do envio do Espírito Santo. Com a Páscoa de Cristo, o Espírito de Deus "se derramou de modo superabundante, como uma cachoeira capaz de purificar todos os corações, de apagar o incêndio do mal e de acender no mundo fogo do amor divino" (11/05/2008).


Sim. O Espírito Santo, a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, foi enviado para purificar nossos corações através da fé; ou seja, para fazer-nos santos, porque "o contrário da impureza é a santidade" (L. Szabó). Foi enviado para apagar o incêndio do mal, derrotando o poder do pecado com o poder da misericórdia. Foi enviado para acender no mundo o fogo novo do amor divino, para irradiar a energia que transforma para o bem tudo o que toca. No Batismo e na Crisma fomos tocados por essa energia, que consome o pecado e que nos devolve a semelhança divina, para que possamos viver e trabalhar como filhos de Deus. Como dizia São Basílio Magno: "Pelo Espírito Santo se nos concede de novo a entrada no paraíso, a possessão do reino dos céus, a recuperação da adoção de filhos: nos dá a confiança de invocar à Deus como Pai, a participação da graça de Cristo, o podermos nos chamar filhos da luz, o compartir a glória eterna".



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