"As obras de Suas mãos são verdade e justiça; Imutáveis os Seus preceitos; Irrevogáveis pelos séculos eternos; Instituídos com justiça e eqüidade." - Salmo 110, 7-8

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Papa defende a reforma litúrgica feita pelo Concílio Vaticano II

Fonte:  Orden Franscicana Seglar en México (Tradução livre)

A Liturgia da Igreja "vive de uma relação correta e constante entre saudável traditio e legitima progressio", e neste sentido, a reforma litúrgica feita pelo Concílio Vaticano II não se contrapõe à tradição anterior.

Esclareceu o Papa Bento XVI ao receber hoje em audiência os membros do Pontifício Instituto Litúrgico Santo Anselmo, instituição criada por João XXIII há cinquenta anos como centro de estudos e de investigação "para assegurar uma sólida base à reforma litúrgica conciliar".

Em seu discurso, o Papa se referiu à reforma feita pelo Concílio, recordando que "existe um vínculo estreitíssimo e orgânico entre a renovação da Liturgia e a renovação de toda a vida da Igreja".


"A Liturgia da Igreja vai mais além da própria 'reforma conciliar'" - afirmou o Pontífice -, "cujo objetivo, de fato, não era principalmente o de mudar os ritos e os gestos, mas sim de renovar as mentalidades e colocar no centro da vida cristã e da pastoral a celebração do Mistério Pascal de Cristo".


"Por desgraça, talvez, também por nós Pastores e especialistas, a Liturgia foi tomada mais como um objeto que reformar e não como um sujeito capaz de renovar a vida cristã", reconheceu.


Neste sentido, admitiu que na véspera do Concílio "aparecia cada vez mais viva no campo litúrgico a urgência de uma reforma, postuladas também pelas petições por vários episcopados".


Além disso, acrescentou, "a forte exigência pastoral que animava ao movimento litúrgico requeria que se favorecesse e suscitasse uma participação mais ativa dos fiéis nas celebrações litúrgicas através do uso do vernáculo, e que se aprofundasse no tema da adaptação dos ritos nas diversas culturas, especialmente em terras missionárias".


Ademais, "se revelava clara desde o princípio a necessidade de estudar de modo mais aprofundado o fundamento teológico da Liturgia, para evitar cair no ritualismo ou favorecer o subjetivismo, o protagonismo do celebrante".


Outra das necessidades foi "que a reforma estivesse bem justificada no âmbito da Revelação e em continuidade com a Tradição da Igreja".


Este é o motivo pelo que João XXIII, instituiu o Pontifício Instituto Litúrgico Santo Anselmo, disse. Recordou, neste sentido, o trabalho de "pioneiros" como Cipriano Vagaggini, Adrien Nocent, Salvatore Marsili e Burkhard Neunheuser.

Ambos termos, "tradição" e "legítimo progresso", explicou, foi utilizado pelos Padres conciliares para "consignar seu programa de reforma, em equilíbrio com a grande tradição litúrgica do passado e o futuro".

"Não poucas vezes se contrapõe de maneira torpe tradição e progresso. Na realidade, os dois conceitos se integram: a tradição é uma realidade viva, que por isso inclui em si mesma o princípio do desenvolvimento, do progresso", afirmou o Papa.

Por último, o Papa quis sublinhar "o duplo caráter teológico e eclesiológico da Liturgia. A celebração realiza ao mesmo tempo uma epifania do Senhor e uma epifania da Igreja, duas dimensões que se conjugam em unidade na assembléia litúrgica".

"Na ação litúrgica da Igreja subsiste a presença ativa de Cristo: o que realizou em seu caminho entre homens, Ele segue fazendo operantea através de sua ação pessoal sacramental, cujo centro constitue a Eucaristia".

"A Liturgia cristã é a Liturgia da promessa realizada em Cristo, mas é também a Liturgia da esperança, da peregrinação frente à transformação do mundo, que terá lugar quando Deus seja tudo em todos", concluiu o Papa.

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