"As obras de Suas mãos são verdade e justiça; Imutáveis os Seus preceitos; Irrevogáveis pelos séculos eternos; Instituídos com justiça e eqüidade." - Salmo 110, 7-8

sábado, 13 de março de 2010

Império do Brasil x Ré-pública brasileira

Artigo do senhor Clovis Ribeiro de Campos Lobo.

Em 16 de abril de 1876 o jornalista James O’Kelly do New York Herald, jornal que foi o precursor de vários periódicos acreditados e de renome neste século, acompanhou a viagem de D. Pedro II aos EE.UU. desde seu embarque no Rio de Janeiro.

O referencial de família e a imensa popularidade de nosso imperador muito chamou a atenção desse jornalista, fazendo-o assim comentar naquele hebdomadário:

“Não era apenas mais um Chefe de Estado se despedindo da nação com pompas e circunstâncias, antes disso, era um casal respeitado e adorado despedindo-se de sua imensa família”

Entre 1840 a 1889, época que reinou S.M.I. D. Pedro II alcançou o Brasil fase áurea nunca antes nem depois em toda sua história. Tanto no velho como no novo mundo, era bastante elevado o prestígio de que se revestia a imagem do nosso imperador, por conseguinte era espesse e alto o conceito do Brasil.

Daí foi o Brasil, na pessoa de D. Pedro II, várias vezes convocado para arbitrar pendências entre as potencias mundiais aquela época, senão vejamos:

1861 – Guerra da secessão nos EE.UU., Napoleão III da França ofereceu-se como mediador entre os ianques e confederados, ato peremptoriamente recusado pelo presidente Lincoln, que pediu a mediação do Império Brasileiro, conforme documento assinado pelo Secretário de Estado William Seward em 19.09.1861 no qual dirigindo-se ao Príncipe de Joinville, Dom François d' Orléans, cunhado de D. Pedro II, casado com sua irmã, a princesa D. Francisca de Bragança e ao representante diplomático brasileiro em Washington D.C., Dr. Miguel Maria de Lisboa, futuro Barão de Japurá;

1867 – Um novo conflito surgira desta vez entre as das duas mais “insignes” ré-públicas do planeta. A República francesa reclamava dos EE.UU. indenizações por danos que haviam sofrido seus concidadãos durante a guerra de secessão. Mais uma vez o Brasil foi convidado a integrar o tribunal que decidiria a contenda. Nesta ocasião representou o Brasil em Washington D.C. o Dr. Tomás Fortunato de Brito, Barão de Arinos;

1871 – A Inglaterra e os EE.UU. submeteram ao julgamento brasileiro a questão do navio Alabama. Naquela ocasião representou o Brasil na Corte internacional em Genebra na Suíça o Dr. Marcos António de Araújo, Barão de Itajubá;

1884 – Todas as grandes potências mundiais: Alemanha; França; Itália; Inglaterra e EE.UU. pediram ao Brasil que arbitrasse a questão das indenizações a serem pagas por decorrência da guerra do pacífico. (A Guerra do Pacífico foi uma contenda militar travada entre o Peru, a Bolívia e o Chile, entre 1879 e 1884 motivada pela posse de território inabitado no norte do deserto de Atacama. Esta zona era bastante cobiçada por ser naturalmente rica em nitrato de potássio, principal componente para a manufatura de explosivos bélicos, além de outros minerais, como por exemplo o precioso cobre);

Muito mais significativo para a pátria brasileira, foi a postura de D. Pedro II no caso “Christie”.

Naquela ocasião por falta de tato diplomático o representante inglês William Dougal Christie, fanático adorador de Baco, não conformado com a não punição por parte do governo brasileiro dos policiais e fuzileiros naval que haviam prendido oficiais ingleses à paisana nas ruas da capital do império os quais embriagados haviam promovidos arruaças, quebra-quebra e desordens, autênticos precursores do M.S.T., enviou violentíssimo e mal-educado ultimato. Não sendo ele atendido nesta convocação de retratação por parte das autoridades imperiais brasileiras, foi que o mesmo embaixador de inteligência com oficiais do alto escalão da armada inglesa, providenciaram para que fossem seqüestradas cinco embarcações da marinha mercante brasileira, pirataria pura!(sic).

Nosso império, diferente da ré-pública argentina não peitou a senhora dos mares como na questão das Falklands/Malvinas, fez diferente, venceu e desmoralizou os anglicanos no campo diplomático.

D. Pedro II não trepidou em instante algum. Em alto e bom tom estadeou que preferia perder a coroa a mantê-la sem honra na cabeça, ato continuo, recusou tempestivamente e terminantemente quaisquer negociações, enquanto não fossem restituídas as embarcações brasileiras apreendidas, ainda que sob a ameaça e pressão daquela poderosa esquadra.

“No ano de 1946, adrede a visita do presidente Harry Truman, fora enviado a ré-pública do Brasil, o general Dwight Eisenhower. Compunha o servil séquito receptivo o Sr. Otávio Mangabeira, então presidente da UDN. No mais escandaloso gesto de capachismo e subserviência já dantes visto neste planeta, este político ré-publicano inclinou-se, e quase “de rodillas”, beijou a mão do General Eisenhower!”.

Cenas deste jaez ficam devendo apenas a certo cantor que fez muchocho e chorou copiosamente, acalentado nos braços do Presidente George Bush, o júnior.

Saiamos agora do lamaçal e retornemos à planície.

...E os ingleses retrocederam sendo todos os navios brasileiros restituídos.

A questão em tela foi confiada à prudência do Rei Leopoldo I da Bélgica, tio da Rainha Victória. O Cachaceiro Bill Christie foi imediatamente chamado à Londres sendo substituído pelo diplomata Corwallis Eliot, o qual se mostrou simpaticíssimo ao Brasil, onde mais tarde adquiriu uma chácara na região de Petrópolis-RJ.

Quão irônico pode se tornar o destino ás vezes, não?

Ainda assim D. Pedro II não deu o caso por encerrado. O decoro da pátria fora ofendido, era imperativa uma satisfação a altura da ofensa que lhe fora feita. Na medida em que a Inglaterra não queria oferecer uma satisfação condigna, nosso imperador rompeu relações diplomáticas. O embaixador brasileiro em Londres, Dr. Carvalho Moreira, adrede Barão de Penedo, recolheu seu passaporte e partiu daquela ilha com seus auxiliares, ao mesmo tempo em que Sir Corwallis Eliot fora convidado a sair do Brasil, tudo isso pelos idos do mês de junho em 1863.
Mas logo em julho de 1863, um mês após a refrega diplomática, o Rei Leopoldo I exarava parecer em pró da causa brasileira.

A velha Inglaterra muito relutou em admitir as trapalhadas do embaixador Bill Carraspana e dos oficias navais. Usou todos os artifícios para estabelecer relações comerciais e diplomáticas com o Império brasileiro.

Pelo viés econômico o prejuízo inglês foi duplo, pois o azimute marítimo para o comércio com os países da parte ocidental da América do Sul, bem como das suas colônias na Oceania, passava pelo Brasil, cabia aos portos brasileiros providenciar o aprovisionamento, a logística, fins que os navios ingleses pudessem dobrar o Horn.

Franklin Roosevelt veio ao Brasil e conseguiu carregar mais de 25.000 brasileiros para lutar ao lado de Mark-Clark na Europa. Depois, em 1947, por seu turno veio seu colega Harry Trumman, este recebeu de souvenir uma montanha cheia de manganês. Em 1997, foi a vez do Bill tarado, aquele do charuto, e faturou de um só golpe o Sivam para “monitorar” a Amazônia.

Destarte, diante da postura tomada por D. Pedro II, a ilha teve que curvar-se! Enviou ao Brasil o diplomata Edward Thornton fins expor todos os lamentos da Rainha Victoria, apresentando formalmente pedidos de desculpas pela grave ofensa pretérita.

Mas não parou por aí! O delegado inglês se viu forçado a tomar cavalgaduras para si e seu asseclas e partiram em viagem desde o Rio de Janeiro aos longínquos pampas brasileiros, mais precisamente a barraca de campanha de D. Pedro II em Uruguaiana onde nosso venerável e brioso exército imperial acabara de tomá-la do Paraguay.

Na confortabilíssima situação de triunfante foi que D. Pedro recebeu as “apologies” de John Bull.

O regime imperial que proporcionou todo este prestígio ao Brasil no concerto dos países mais adiantados, similis modvs, em sua atuação interna conseguira promover aos nacionais longevo interregno de estabilidade constitucional e manifesto progresso material àquela época.

Mas o glorioso Império do Brasil haveria de tombar naquela trágica quartelada de 15 de 9bro era a cicuta ré-publicana desabrochando, ela que fora trazida imediatamente do “jardim” do hades.

Há uma unanimidade entre os historiógrafos brasileiros: A ré-pública nunca e em momento algum pudera contar com apoio do povo brasileiro, muito menos com o entusiasmo das massas, sequer daquela urbe fluminense onde fora proclamada.

Atentemos como se expressou o Dr. Aristides Silveira Lôbo, ministro daquela ré-pública, e dos mais exaltados, um dos primeiros porfiadores daquele inditoso movimento, testemunho totalmente insuspeito:

“Todo povo contemplou bestializado, e em estado de catatonia, a queda do império e posterior expulsão do seu monarca”

DO ARTIFÍCIO USADO PELA RÉ-PÚBLICA PARA SE PERPETUAR NO PODER

Agora já entronizados no poder sem qualquer apoio popular, os próceres ré-publicanos logo compreenderam que urgia cozer uma constituição ditatorial, o quanto antes, fins jugular de um só golpe a grande maioria monarquista evitando por assim dizer uma contra-revolução que muito breve viria.

Em 1891, dois anos após a proclamação daquele nefando movimento, numa constituição mal-engendrada que PROIBIU ad æternum qualquer projeto de lei que pudesse modificar a forma de governo ré-publicana.

Catapultados foram todos os monarquistas à margem da sociedade e da lei, passamos à clandestinidade, uma vez a retro-mencionada cláusula pétrea providenciada ás pressas naquela constituição ré-publicana.

A sorte de uma possível restauração da monarquia estava selada, nunca poderia ser considerada pela nação brasileira.

Para se ter uma idéia da desorganização do movimento ré-publicano sequer sabiam seus idealizadores das diferenças entre federação e confederação.

Seriam os Estados Unidos do Brasil, uma ré-pública federativa ou confederada?

Longas horas de reuniões, debates e deliberações ocuparam o tempo daqueles “gênios” ré-publicanos de outrora.

Passados dois meses apenas da proclamação da ré-pública já se podia contabilizar mais de 155 decretos promulgados; Um deles a imposição da data de 07 de setembro como dia da nossa emancipação política. (ver Jamais o Sete de Setembro, de minha autoria, endereço na parte superior minha página Orkut).

E esta cláusula pétrea constitucional tão injustamente, e tiranicamente imposta veio a ferir quase de morte a monarquia, e em conseqüência deste amordaçamento durante vários lustros é que se pode firmar a ré-pública, ao “empalar” a monarquia.

Onde por ventura encontraríamos os discursos democráticos dos primeiros ré-publicanos?

Que contradição imensa! Todavia, MANTIDA pelas conseguintes cartas magnas de 1934; 1946 e 1967!

Se me fosse possível numerar e comentar aqui todas as frustrações, exasperações, crises e traumas que advieram das sucessivas constituições ré-publicanas!

Circunscrever-me-ei a mais recente delas, poderíamos crismá-la de “Nova ré-pública” que foi (ins) e/ou (res)-taurada em 1985, depois da saída do último presidente militar.

Esta “Nova ré-pública” nos apareceu com esperanças as mais promissoras. Adveio então mais outra constituição, e essa era para “ficar e colar” segundo seus idealizadores.

Era perfeita! Resolveria todos os problemas mais prementes, tutti-quanti.

Aquele pergaminho era uma vara de condão, um hocus-pocus poderosíssimo que transformaria sapos em príncipes, nunca o inverso.

E eis que bate à nossa porta toda a escória ré-pubicana: O confisco da poupança, o selo pedágio, o compulsório da gasolina, a maletinha de primeiro socorros, o IPVA geminado com o pedágio e etc

Basta.

Hoje decorridos apenas 25 anos desta nouveau republique encontramo-la já cansada, cianótica, em estado de adiantada putrefação, desgastadíssima diante do público brasileiro.

Muitos querem recordar com certo ar nostálgico nosso prestigioso período imperial, e ficamos impressionados com o bom desempenho das monarquias européias.

Mo-lo é forçoso fazer as indagações infra:

Será que é tempestiva a restauração de nossa monarquia?

Não seria esta restauração uma saída exeqüível para a imoralidade política que ora nos é apresentada?

Parafraseando o desabusado Olavo de Carvalho: “É impossível falar do Brasil hoje, sem incorrer em crime de atentado violento ao pudor.

Podemos mudar nossa pátria como os Cristeros no México que resistiram à constituição imposta pelo ré-publicano Plutarco Elías Calles;

Podemos mudar nossa pátria como fizeram Emilio Mola, Jose Antonio Primo de Rivera e José Sanjurjo na Espanha.

Haurir os ensinamentos dos grandes patriotas León Degrelle, Gustavo Barroso dentre muitos outros.

Finis Coronat Opvs,

Clovis Ferreira da Cruz Ribeiro de Campos Lobo

Um comentário:

Anônimo disse...

Sara, enquanto a igreja católica e o Vaticano se afogam em mais uma onda de escândalos de abuso sexual, prostituição gay e pedofilia - coisas que envolvem até o irmão do papa - seu blog permanece omisso a essa realidade, recusando-se a debater tais temas. Por que tal postura de avestruz?

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