By Nilnews
“Morreram mais católicos do que judeus no holocausto, mas isso não aparece porque os judeus têm a propaganda do mundo”. Essa é uma das afirmações polêmicas do arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings (foto), na entrevista de capa da edição 119 da revista Press, que começa a circular nas bancas da capital gaúcha.
O responsável por uma das principais arquidioceses do país entrou em outras polêmicas durante a entrevista de mais de duas horas para a revista Press, como ao tentar justificar as Cruzadas da Idade Média, defender o celibato, condenar as pesquisas de células-tronco embrionárias e a distribuição de camisinhas pelo governo, além de defender a neutralidade da igreja durante o período militar no Brasil e durante a 2ª. Guerra.
Líder da Igreja Católica, Dom Dadeus vai além. “Quantos milhões de católicos foram vítimas do Holocausto, 22 milhões? Vinte e dois milhões foram ao todo. Os judeus se dizem as maiores vítimas do Holocausto. Mas as maiores vítimas foram os ciganos. Foram exterminados. Isso eles não falam”, sustenta.
Sobrou até para o ex-jogador e atual comentarista da Rede Globo, Paulo Roberto Falcão. O arcebispo, que estava no Vaticano à época do “Rei de Roma”, diz que Falcão “fez um fiasco e foi expulso da Roma” por não cumprir o contrato com o clube italiano.
Revista Press
NOTA:
A Federação Israelita do RS (Firs), através do seu presidente Henry Chmelnitsky, respondeu nesta quinta (26) em nota oficial publicada no portal da Federação Israelita, às declarações do Arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, publicadas pela revista Press. Na entrevista, Dom Dadeus afirmou que “morreram mais católicos do que judeus no Holocausto, mas isso não aparece porque os judeus têm a propaganda do mundo”. Segundo Chmelnitsky as declarações de Dom Dadeus não contribuem em nada para a construção de uma convivência pacífica e harmoniosa entre os brasileiros de todas as origens. Reduzir ou relativizar o Holocausto agride a memória de milhões de mortos numa guerra iniciada pelo fanatismo e intolerância”, afirmou, acrescentando ter esperança de que Dom Dadeus reflita sobre as suas declarações.
Não foram só os judeus os martirizados sob o regime nazista.
Isso sim, seria relativizar a História.
Dom Dadeus tem o meu apoio.
3 comentários:
A diferença é que os católicos morreram lutando em ambos os lados - forças aliadas e do "eixo" - ou como vítimas de bombardeios. Não houve perseguição nazista específica aos católicos. Hitler era cristão e declarou em discurso que estava "vingando" a morte de Cristo pelos judeus. Hitler jamais disse que iria perseguir católicos.
É essa sutil diferença de posicionamento nazista que Dom Dadeus atropelou.
Primeiramente vamos deixar claro. Hitler dizia-se cristão, pois precisava do apoio do povo alemão - tanto os Católicos da Bavária quanto dos Luteranos da Prússia -, e para isso utilizava esse tipo de retórica: "Estou fazendo o trabalho do Senhor".
Aliás, o próprio colocou em seu livro, que seus pronunciamentos públicos deviam ser entendidos como propaganda. Então ele era apenas um oportunista político, e não que tinha o catolicismo como convicção pessoal.
Aproveitando, quero lhe indicar um livro revelador, o qual Hitler, em sua vida privada, dizia horrores sobre o Cristianismo. Essa coleção foi reunida por uma assitente sua, o livro chama-se Hitler’s Table Talk.
Infelizmente desde tempos anteriores à aquele, a Igreja foi invadida por hereges que só querem derrubar sua moral.
Por isso sempre digo: não confundir a cooperação de algumas autoridades eclesiásticas (com a infeliz intenção de subir em cargos políticos), com a cooperação da Igreja Católica Apostólica Romana, a qual, na figura do Papa Pio XI, condenou-o.
Abraços fraternos
Errata:
Onde está escrito "...na figura do Papa Pio XI...", leia-se "...na pessoa do Papa Pio XI...".
Peço desculpas pelo erro, que considero absurdo.
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