Dom Henrique Soares da Costa |
Mais uma vez o noticiário fala em crise econômica mundial, crise que tem como carro-chefe a poderosa economia norte-americana.
Não sou economista e não cabem aqui análises econômicas. Mas gostaria de colocar neste espaço alguns pensamentos, pensados a partir da fé...
Primeiro sobre a economia norte-americana e mundial. Estamos acostumados a ouvir tantos elogios e louvores à glória de pujança econômica do mundo atual, da integração de mercados, do estouro no desenvolvimento tecnológico, no crescimento exponencial do consumo, na vitalidade da economia globalizada... Mesmo com a crise de 2008, é ainda lugar-comum a avaliação global positiva do desenvolvimento mundial...
E o Presidente Obama? Lembra, meu Leitor, da euforia messiânica em torno da sua figura? Deram-lhe um Prêmio Nobel por antecipação, sem que ele fizesse absolutamente nada – o mesmo prêmio negado a João Paulo II, que ao longo de meio século fez de tudo por um mundo melhor! Recordo de um conhecido doutor em teologia moral aqui do Brasil, que me fez rir com a ingenuidade messiânica e politicamente correta destilada no seu livro, saudava a era Obama com palavras que me lembravam a esperança messiânica do Antigo Testamento...
E agora, a crise está aí – e que ninguém se iluda: a “marolinha” do Lula, de marolinha não tem nada... Obama murchou e o “Sim, nós podemos” da campanha evaporou-se num “talvez possamos” que vai descambando para um “quem sabe não poderemos”...
E no Brasil? Continuamos ouvindo as tremendas notícias sobre corrupção, sobre acobertamento de ilícitos contra o dinheiro público; continuamos assistindo à classe política denunciar e encobrir roubalheiras segundo seus interesses excusos, desmoralizando a credibilidade que o povo deveria e mereceria ter nas suas instituições governativas...
Mas, não digo isso por dizer; não me alegro com as misérias do mundo e as crises planetárias! Esta é a realidade humana; este é o ser humano; estes são os filhos de Adão, degredados filhos de Eva! O homem não se salva sozinho, não se encontra a si mesmo sozinho, não descortina o Definitivo da vida colocando sua esperança e seu amor nas coisas que passam, sejam elas ideias, pessoas ou bens materiais. Vale, hoje como sempre, a advertência do Apóstolo São Paulo: “O que é visível é passageiro, mas o que é invisível é eterno” (2Cor 4,18). Quanto mais o mundo se afasta de Deus e se embriaga em ilusões de variados matizes, mais perde seu referencial seguro e certo: Deus, único que não passa e a tudo dá sentido e sustento, para além das vicissitudes da existência.
Cada vez mais, à medida que caminho na trilha desta vida, me convenço que triste de nós se não tivermos como horizonte o Eterno e Aquele que nascido, morto e ressuscitado por nós, tornou-se sua presença pessoal, real e absolutamente definitiva neste nosso mundo! O resto é pó que o vento leva...
Nenhum comentário:
Postar um comentário