A Dignitatis Humanae está em conformidade, à exemplo dessa explicação do Joathas Bello, com o que o Papa Beato João XXIII tinha em mente (e que era uma de suas maiores preocupações) sobre a liberdade religiosa.
Pois vejamos o que ele diz na alocução de 5 de junho de 1960:
"Observai bem o que acontece diante dos nossos olhos, o que os nossos ouvidos escutam. Nestes últimos séculos que precederam a época contemporânea, indubitavelmente a natureza humana, propensa à prevaricação do erro e do pecado, achou-se em luta violenta com a graça espiritual e celeste, cujo sagrado depósito a Santa Igreja conserva, no entanto, sempre. Mas vêde o que acontece. Nas nações que cresceram e foram grandes pela ação dela (da Igreja), à quem elas devem tudo o que lhes tem feito e continua a fazer honra a mais distinta, ela ainda achou, aqui e acolá, incompreensões, adversidade e até mesmo duras opressões contra a sua liberdade de culto, de pensamento e de ensino.
Não creiais, porém, que o Espírito Santo esteja para abandoná-la à ruína ameaçadora. O humilde sucessor de São Pedro não pode ir pessoalmente visitar as várias regiões da terra, das quais ele traz a grave solicitude; mas todos os representantes dos vários continentes conhecem o caminho de Roma, capital do mundo católico, e, tal como Paulo e Barnabé, à quem aludimos no princípio deste colóquio, vêm aqui ao Vaticano para Nos narrarem as maravilhas da graça do apostolado e dos prodígios do exercício, que sempre prossegue o seu caminho, das virtudes teologais e cardeais, das obras de misericórdia que são o penhor da verdadeira civilização.
Em várias regiões do mundo a Santa Igreja Católica encontra, pois, graves e dolorosas dificuldades e aversões por parte daqueles cujos pais imediatos e cujos avós gozaram do maternal afeto dela." (Concílio Vaticano II - Documentário Pré-conciliar, pg. 46, Frei Boaventura Kloppenburg)
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