"A Igreja Católica de Cuba realizou mediação sem precedentes ante o governo comunista, que resultou na libertação de 52 presos políticos que ainda estavam na prisão, de um grupo de 75 condenados em 2003. Confira abaixo a sequência dos fatos:
Fevereiro
23: Morre o preso opositor Orlando Zapata Tamayo depois de 85 dias de greve de fome, para pedir melhores condições carcerárias.
24: O jornalista e psicólogo dissidente Guillermo Fariñas inicia um jejum para exigir a libertação de 26 presos políticos enfermos.
25: A Conferência de Bispos Católicos de Cuba (COCC) pede ao Governo "medidas" para facilitar o diálogo e evitar que se repitam episódios "dolorosos" como o de Zapata.
Março
11: O Parlamento Europeu lança dura condenação a Cuba pela morte de Zapata.
Fariñas é internado no hospital de Santa Clara (centro).
15: As Damas de Branco iniciam semana de marchas para marcar o sétimo aniversário da prisão de seus familiares, os 75 opositores.
16: Seguidores do Governo realizam atos hostis contra as Damas de Branco, no segundo dia da marcha.
29: A Espanha oferece a Fariñas um avião-ambulância para viajar a Madri.
30: Fariñas rejeita a oferta da Espanha.
Abril
11: Adeptos do Governo cercam as Damas de Branco depois de missa na igreja de Santa Rita e impedem sua marcha dominical pela Quinta Avenida, oeste de Havana.
18: As mulheres são de novo hostilizadas durante três horas ao deixarem o templo católico.
19: O cardeal Jaime Ortega defende o diálogo para resolver a situação.
25: Pelo terceiro domingo consecutivo, as mulheres são impedidas de protestar nas ruas. Um ato de repúdio contra elas é realizado durante sete horas.
26: Ortega envia carta ao presidente Raúl Castro demonstrando pesar pelo tratamento dado às Damas de Branco.
29: 88 opositores pedem a Fariñas levantar o jejum, mas ele recusa.
Maio
2: O cardeal Ortega celebra missa em Santa Rita e revela que se reuniu com altos funcionários, que autorizaram as passeatas das Damas de Branco.
8: Dois emissários do cardeal vão ao hospital pedir a Fariñas confiança na mediação do clero.
19: Inédita reunião de Raúl Castro com Ortega sobre os presos políticos.
20: Ortega anuncia que o papel de interlocutor da Igreja abriu um novo período de relações com o Governo.
22: Fariñas se diz disposto a abandonar o jejum se forem libertados 10 ou 12 presos, e fixa um calendário para os demais.
Junho
1: O Governo traslada seis prisioneiros a penitenciárias situadas nos lugares próximos das casas onde vivem seus familiares.
12: As autoridades liberam o preso político mais enfermo, Ariel Sigler.
16-20: O chanceler do Vaticano, Dominique Mamberti, visita Cuba, encontrando-se com Raúl Castro e impulsionando o diálogo e a mediação da Igreja.
Julho
5: Moratinos chega a Cuba para ajudar no diálogo.
7: A Igreja anuncia a libertação de 52 presos, cinco deles nas próximas horas e os demais, num período máximo de quatro meses."
Fonte: Terra Notícias
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