"Um Mussolini antissemita, fascinado pela potência do Tercer Reich de Adolfo Hitler e que odiava o papa Pio XI é o que pode ser visto no livro Mussolini Secreto, recopilação dos diários de sua amante, Claretta Petacci de 1932 a 1938, que a editora italiana Rizzoli lançará na quarta-feira.
O livro, do qual o jornal Corriere della Sera publicou vários trechos nesta segunda-feira, revela aspectos desconhecidos de Benito Mussolini, o ditador fascista que governou a Itália de 31 de outubro de 1922 a 25 julho de 1943.
"Era racista desde 1921. Não sei como podem pensar que ele imitou Hitler, ele ainda nem havia nascido", afirmou Mussolini a sua amante em 4 de agosto de 1938, ao comentar as leis antijudias de Hitler, durante uma travessia marítima.
"É preciso dar aos italianos um sentido da raça para que não gerem mestiços, para que não arruinem o que há de mais belo em nós", acrescentou Mussolini.
Em 11 de outubro de 1938, durante outro trecho, Mussolini voltou a falar dos judeus.
"Essa porcaria dos judeus, é preciso destruí-los, farei uma matança como fizeram os turcos. Construirei uma ilha e os enviarei para lá. Nem mesmo tem um pouco de gratidão, de reconhecimento", afirmou Mussolini, segundo o diário.
"O fuhrer é muito simpático. No fundo, Hitler é um grande sentimental. Quanod me viu tinha lágrimas nos olhos", comenta Mussolini a Petacci, em 1º de outubro de 1938 ao contar os bastidores da conferência de Munique.
Em outra passagem do livro, a amante do ditador revela a fúria de Mussolini contra o papa Pio XI, a quem acusa de "aproximação espiritual com todos os semitas" e pede que os casamentos religiosos entre judeus e católicos sejam válidos.
"Não sabes o mal que faz esse Papa à Igreja. Nunca um Papa foi tão nefasto para a religião", afirmou Mussolini a sua amante."
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